O valor universal da água, no que diz respeito à sobrevivência da Humanidade e à importância que tem por exemplo para as questões energéticas e da regeneração do corpo, obriga a que cada um de nós deva tomar esse recurso como finito e o preserve em todas as formas de utilização. As cidades que o têm como recurso económico e identitário devem saber potenciá-lo como desenvolvimento, contribuindo assim para o desígnio universal. Este é um espaço de estas e de outras águas. De todas as águas.

2010-04-18

Monumentos e Sítios

Imagem: cartaz do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, 2010, IGESPAR

Comemorou-se o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, este ano dedicado a “Património Rural e Paisagens Culturais”, o lema do IGESPAR para assinalar este dia, seguindo a directiva proposta pelo ICOMOS, que elegeu, para 2010, o património associado à actividade agrícola. Este tema tem em conta que esta actividade testemunha, há milénios, a evolução das sociedades humanas, os seus ambientes naturais, as culturas e paisagens, assim como tem conduzido à transformação gradual de espaços naturais e áreas selvagens, através da aplicação de conhecimentos tradicionais e científicos.
Por exemplo, no tema central deste nosso blog, sei que o dia foi particularmente dedicado aos moinhos de água, em Montaria (Viana do Castelo), com caminhada pelas “Paisagens de Água”, a projecção de um filme, a visita ao renovado Moinho da Costa e a abertura do novo Núcleo Museológico dos Moinhos de Água da Montaria. E também em Bemposta (Mogadouro), nos Trilhos do Azeite e do Pão, a visita foi sobre a arquitectura vernacular dos moinhos de água. Em Alvaiázere, houve a recriação de algumas actividades da tradição rural e moagem de cereais no moinho de água do Carregal, excelente exemplar do património molinológico, recentemente recuperado pela Junta da Freguesia de Maçãs de Caminho. Em Celorico da Beira, houve uma visita guiada ao Moinho da Rapa, pequeno núcleo interpretativo que procura dar a conhecer aos seus visitantes as funcionalidades de um moinho de água e a sua importância numa economia rural e agrícola.
Noutros locais e patrimónios, também se esteve em sintonia com a água.
Em Tomar, os Percursos de Água levaram os visitantes ao Aqueduto do Convento e às suas nascentes. Em Coruche, a visita foi pelo Percurso da Água Doce (Anta de Vale Beiró, Anta Grande do Caminho da Fanica e Anta Pequena do Caminho da Fanica). Em Avis, houve o lançamento de um novo percurso de água, 6.º percurso do Roteiro Artístico do concelho. Foram, também, contemplados, como propostas de visita, fontes e bebedouros da vila. E ainda engenhos flutuantes, com base em materiais reciclados, recriando-se alguns objectos que lembram engenhos hídricos ou sistemas que sirvam de apoio à captação de água, flutuação ou submersão. Na Aldeia da Luz (Mourão), o percurso Museu-Terra-Água foi uma visita guiada seguida de um percurso pela envolvente, onde se apreciaram os elementos sobreviventes da paisagem desaparecida e a nova realidade marcada pelo lago de Alqueva, através de um passeio de veleiro. E, em Lisboa, a viagem foi a Alfama, sob o signo da água e do escritor Almeida Garrett. E ainda visitas à Mãe-d’Água das Amoreiras.
Mas, como acontece por vezes ao fim-de-semana, Alcobaça foi o meu (o nosso) destino de hoje, terra de património, ruralidade e união de rios sob o peso majestático do seu Mosteiro. A cidade estava preenchida de jovens, no âmbito da VIII Jornada Diocesana da Juventude, para ouvirem o Cardeal Patriarca, num discurso no antigo refeitório dos Monges. Mas, o que vi sobre aquela comemoração de hoje foi um apontamento, no exterior do Mosteiro, de diversas actividades sócio-educativas, promovidas pelo Serviço Educativo deste monumento, em colaboração com a Quinta Eco-pedagógica “Pequena Terra”. O programa prometia expositores animados com actividades, à volta da agricultura biológica, das energias alternativas, da reciclagem, do Bird Wathching, dos animais de Quinta, passeios de burro, jogos ecológicos e tradicionais.
Pouca participação, nos minutos que por lá passei, mas apesar disso, pelo que sei, mais do que no vizinho concelho das Caldas da Rainha, terra de águas... mornas!
De seguida, espreitei pelos vidros do Armazém das Artes (fechado) e um olhar guloso pela doçaria da Alcoa, para me deliciar, depois, com mais um almoço no restaurante de sempre, o Trindade, que recomendo a quem desconhece.

1 comentário:

  1. o tempo chuvoso do dia 18.4 afastou ainda mais as pessoas...depois falta a osmose entre o Mosteiro e os alcobacenses...o armazém das artes aos domingos e sábados está fechado de manhã...
    aquel'abRRaço

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