O valor universal da água, no que diz respeito à sobrevivência da Humanidade e à importância que tem por exemplo para as questões energéticas e da regeneração do corpo, obriga a que cada um de nós deva tomar esse recurso como finito e o preserve em todas as formas de utilização. As cidades que o têm como recurso económico e identitário devem saber potenciá-lo como desenvolvimento, contribuindo assim para o desígnio universal. Este é um espaço de estas e de outras águas. De todas as águas.

2010-04-01

Águas Dominicanas

Imagem: Pormenor de casa dominicana, 1996, Jorge Mangorrinha

A oportunidade turística da República Dominicana foi potenciada pelo isolamento imposto pelos Estados Unidos a Cuba, há 50 anos. Em 1959, na sequência desta atitude, os investimentos europeus e norte-americanos foram redimensionados para outros territórios próximos. A República Dominicana foi um desses casos.
Este país ocupa dois terços da ilha A Espanhola. O outro terço pertence ao Haiti. A cultura da República Dominicana tem raízes europeias, africanas e americanas, sentindo-se no contacto directo com a população. O território é de uma beleza notável, onde vivi, em 1996, para executar o Plano Nacional de Ordenamento do Território Turístico (BID/SNEDE, 1996/97), como coordenador técnico de uma equipa de consultores internacionais (portugueses, incluindo uma especialista venezuelana em Transportes) que trabalhou junto do Banco Interamericano de Desenvolvimento, do Banco Central da República Dominicana e da Secretaria de Estado do Turismo.
Foi o primeiro plano turístico, realizado no estrangeiro, a ser coordenado e executado pelo nosso país.
À volta da imensidão das águas de diversos tons de azul ou das cascatas, dos balneários e das represas de água cristalina no interior da ilha, esta terra dá-nos gente hospitaleira, flora espontânea, lagos e pequenos vales de beleza misteriosa, arquitectura colonial e autóctone, pinturas coloridas e jóias de ambar, merengue e puros dominicanos que não ficam atrás dos de Cuba (ver: Jorge Mangorrinha, "Território de Recursos: raízes, tendências e turismo na República Dominicana", in http://arquitectos.pt/documentos/1226277004U8uFG8ne8Xk61BL0.pdf).
A aposta do planeamento turístico em países com estas características é saber potenciar as actividades que ponham o turista em contacto com a população local, ou seja, um turismo solidário que também se desenha, por exemplo na optimização das novas infra-estruturas dos complexos turísticos com as necessidades desse ponto de vista na zona envolvente relacionada com o quotidiano dos autóctones.
Isto para que o paraíso seja sustentável. Mas será que, 14 anos depois de o conhecer, o paraíso ainda existe? Talvez o meu amigo e arquitecto paisagista Ricardo Lanati nos possa explicar.
Ricardo Lanati era o mais jovem dominicano do grupo técnico que, no Banco Central da República Dominicana, dava apoio à nossa equipa executante. Apesar da sua idade, o Ricardo era, sem dúvida, o mais talentoso. Vive, actualmente, entre Florida e Santo Domingo e é um seguidor deste (nosso) blog.

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