O valor universal da água, no que diz respeito à sobrevivência da Humanidade e à importância que tem por exemplo para as questões energéticas e da regeneração do corpo, obriga a que cada um de nós deva tomar esse recurso como finito e o preserve em todas as formas de utilização. As cidades que o têm como recurso económico e identitário devem saber potenciá-lo como desenvolvimento, contribuindo assim para o desígnio universal. Este é um espaço de estas e de outras águas. De todas as águas.

2010-04-13

Ilhas de Águas Emergentes

Imagem: Piscina de águas quentes férreas no Parque Terra Nostra (Furnas, S. Miguel), 2009, Helena Gonçalves Pinto

Furnas e Ferraria (S. Miguel), Carapacho (Graciosa) e Varadouro (Faial) são os topónimos mais conhecidos da história do termalismo nas Açores.
Agora, no vento que nos toca de poente, chega-nos boas notícias de outras águas emergentes. Também na ilha Terceira se augura a possibilidade de exploração da água do Posto Santo, para utilização geotérmica, balnear e industrial. Torna-se muito relevante a oportunidade turística que esta exploração potencia, quanto ao Turismo de Saúde e Bem-Estar, produto estratégico para os Açores, até pela proximidade desse sítio à cidade de Angra do Heroísmo.
Estes estudos, em continuação, inserem-se no Termaz, projecto dirigido pelo Instituto de Inovação Tecnológica dos Açores (INOVA), que abrange 35 nascentes nas ilhas de S. Miguel, Terceira, Faial, Graciosa e Flores e é apoiado pelo programa ProConvergência (http://www.proconvergencia.azores.gov.pt/). Para o sucesso desta acção, muito têm contribuído os especialistas envolvidos, para além da recente realização, nas Furnas, do Encontro Internacional de Termalismo e Turismo Termal e do III Fórum Ibérico de Águas Engarrafadas e Termalismo, nos quais participámos no passado mês de Novembro. Sem menosprezo para os demais, é justo reconhecer, em todo este projecto de investigação científica sobre o potencial hidromineral açoriano, o nome do professor José Martins de Carvalho, reputado especialista em hidrogeologia e, sem menor sublinhado, pessoa de notada delicadeza. Defende que as ilhas açorianas podem desenvolver pequenos projectos geotérmicos que utilizem as águas quentes para o aquecimento de edifícios públicos, nomeadamente hospitais e escolas.
Ainda há pouco tempo, o meu amigo António Eloy (http://signos.blogspot.com/search/label/Açores) lhes conheceu o cheiro, quando ali se deslocou para gravar parte do filme sobre as energias, cujo guião é seu.
É de notar que os 80 mil milhões de euros destinados a investir em energias renováveis no nosso país resultam de uma combinação de investimento privado e apoios públicos, mas uma parte menor refere-se à biomassa, às ondas e à geotermia. Estes são segmentos energéticos renováveis importantes, mas com uma dimensão inferior aos três grandes pilares (barragens, sol e vento). Pessoalmente, considero que a biomassa, as ondas e a geotermia deviam cumprir maior percentagem relativa de investimento, até porque tenho muitas dúvidas acerca do reforço de investimento no primeiro pilar energético (barragens).
Um tema a que, certamente, voltaremos neste espaço.

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