Hoje, no Diário de Notícias, a partir da revista Science:
Uma equipa de investigadores da Universidade de Manchester (Reino Unido) e do centro de investigação Carnegie Institution, em Washington, descobriu que certos elementos voláteis, como a água, já estavam presentes durante o processo de formação da Terra, que ocorreu 30 a 100 milhões de anos depois da formação do sistema solar.
A descoberta, que é publicada hoje na revista Science (http://www.sciencemag.org/), vem contrariar a ideia que os cientistas tinham até hoje sobre este processo e, sobretudo, põe em causa a teoria de que terão sido os cometas e os asteróides que trouxeram para a Terra esses elementos voláteis, que foram depois essenciais ao desenvolvimento da vida no planeta azul.
Para chegar a esta conclusão, a equipa liderada pela investigadora Maria Schonbachler, da Universidade de Manchester, analisou a abundância de isótopos de prata em rochas, utilizando instrumentos de alta precisão.
Os resultados mostraram que os isótopos daquele elemento relativamente volátil existiam em grande quantidade nas fases finais do processo de formação da Terra.
Esta descoberta reforça uma teoria com 30 anos de existência que sugere que os elementos voláteis já estavam presentes nas fases finais da formação do planeta.
"Agora que sabemos o que aconteceu com os isótopos de prata, podemos pensar que o mesmo sucedeu com outros elementos ainda mais voláteis, como a água", explicou Maria Schonbachler. E sublinhou: "Não precisamos de quaisquer teorias sobre a forma como a água chegou à Terra, como a dos cometas, provavelmente já cá estava desde o início."
O valor universal da água, no que diz respeito à sobrevivência da Humanidade e à importância que tem por exemplo para as questões energéticas e da regeneração do corpo, obriga a que cada um de nós deva tomar esse recurso como finito e o preserve em todas as formas de utilização. As cidades que o têm como recurso económico e identitário devem saber potenciá-lo como desenvolvimento, contribuindo assim para o desígnio universal. Este é um espaço de estas e de outras águas. De todas as águas.
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