Nesta noite de terça-feira, assisti ao filme O Mundo do Silêncio (Le Monde du Silence, Itália/França, 1956), no âmbito do Ciclo de Cinema & Ambiente Gulbenkian-Cinemateca, exibido na Sala Félix Ribeiro da Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema.
Este documentário foi para mim muito sofrível.
A vida silenciosa e luxuriante dos oceanos é mostrada pelas lentes de Jacques-Yves Cousteau e Louis Malle e deriva do livro publicado por Cousteau em 1953, The Silent World: A Story of Undersea Discovery and Adventure. Trata-se de um dos primeiros filmes a usarem imagens subaquáticas, a cores, e foi filmado a partir do Calypso, no Mar Mediterrânico, no Golfo Pérsico, no Mar Vermelho e no Oceano Índico. Apesar de premiado, esta primeira experiência cinematográfica do público com o mundo da vida subaquática é para mim um falhanço em termos da mensagem científica, ou melhor ausente, já que as imagens mostradas de morte provocadas pelos homens de Cousteau são o sinal de outras coisas que se dizem deste homem dos mares. Algumas cenas são particularmente criticáveis, embora se diga que se trata de um filme cuja visão da Natureza é anterior aos debates ecologistas e à protecção das espécies marinhas. Mas se Malle era um jovem estudante de cinema Cousteau já estava na casa dos 40.
Enfim, nesta noite, preferi o jantar nos Tibetanos, na mesma companhia de Helena e António.
O valor universal da água, no que diz respeito à sobrevivência da Humanidade e à importância que tem por exemplo para as questões energéticas e da regeneração do corpo, obriga a que cada um de nós deva tomar esse recurso como finito e o preserve em todas as formas de utilização. As cidades que o têm como recurso económico e identitário devem saber potenciá-lo como desenvolvimento, contribuindo assim para o desígnio universal. Este é um espaço de estas e de outras águas. De todas as águas.
2010-06-16
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