Datada de ontem, nota de imprensa acerca da Carta Aberta, retirada da página electrónica da Agência Lusa:
Caldas da Rainha, Leiria, 17 jun (Lusa) – Uma carta aberta apelando à não separação do Parque e da Mata do Hospital Termal das Caldas da Rainha foi hoje entregue na Assembleia da República por um grupo de cidadãos preocupados com a defesa daqueles espaços.
“É crucial que este vasto espaço verde continue a ser reserva ambiental e a servir a salvaguarda dos recursos aquíferos e o funcionamento das termas, como fator competitivo da cidade e do termalismo local e nacional”, disse hoje à agência Lusa Jorge Mangorrinha, ex vereador da câmara das Caldas da Rainha e primeiro subscritor da carta entregue hoje na Assembleia da República.
O documento é dirigido aos primeiros deputados eleitos e em funções das listas do círculo de Leiria, designadamente, José Miguel Medeiros (PS), Teresa Morais (PSD), Assunção Cristas (CDS/PP), Heitor de Sousa (BE), e ainda o líder da bancada do PCP, Bernardino Soares, e a deputada de Os Verdes, Heloísa Apolónia.
Os 15 subscritores defendem no documento que se Caldas da Rainha “possui, ainda hoje, o maior espaço verde em centro urbano histórico de todas as cidades portuguesas” deve-o ao termalismo e ao Estado.
A carta aberta recorda a fundação da cidade formada em torno do mais antigo Hospital Termal do mundo, fundado em 1485.
O estabelecimento de áreas verdes de enquadramento e proteção dos recursos aquíferos termais, anterior ao reinado de D. João V e a construção, no século XIX, do Passeio da Copa e do Parque D. Carlos I, mantiveram o Parque e Mata como “os principais espaços da ritualização dos aquistas das termas”.
O documento surge numa altura em que se aguarda que o Ministério da Saúde revele os resultados de um estudo que deverá indicar soluções para o relançamento do termalismo.
A abertura da atividade termal à iniciativa privada e a eventual alienação de parte do património termal são algumas das medidas defendidas pela autarquia local.
Os autores da carta não contestam a “futura participação da iniciativa privada na reabilitação e gestão de parte do restante património construído, para efeitos de regeneração do termalismo local”, mas alertam que “separar a Mata e o Parque das Caldas do Hospital Termal é destruir um trajeto de mais de cinco séculos de história” e “pôr em risco uma área vital, a ser protegida e valorizada”.
Assim, solicitam ao Ministério da Saúde que “este Património não seja desagregado, mantendo a Mata Rainha D. Leonor, o Parque D. Carlos I e o Hospital Termal como unidade funcional, estética e simbólica, sob uma mesma gestão”.
O valor universal da água, no que diz respeito à sobrevivência da Humanidade e à importância que tem por exemplo para as questões energéticas e da regeneração do corpo, obriga a que cada um de nós deva tomar esse recurso como finito e o preserve em todas as formas de utilização. As cidades que o têm como recurso económico e identitário devem saber potenciá-lo como desenvolvimento, contribuindo assim para o desígnio universal. Este é um espaço de estas e de outras águas. De todas as águas.
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