Imagem: "Não cuidar do nosso mais notável património é o reflexo espelhado de quem dele não cuida", slide do power-point: lago do Parque D. Carlos I, espelhando os Pavilhões do Parque, Jorge Mangorrinha.
A convite do Conselho da Cidade, ontem estive nas Caldas da Rainha para o segundo debate do ciclo organizado por aquela associação para a cidadania. Partilhei a mesa com o Dr. João de Almeida Dias e o Prof. Fernando Catarino, moderando-nos o Dr. Mário Gonçalves, a quem este tema não é obviamente estranho.
Sob o título "Caldas da Rainha, de cidade com termas a cidade termal?", iniciei esta intervenção com uma pergunta: O que é uma Cidade Termal?
Sabemos como as cidades e estâncias termais, com as suas características próprias, são espaços intrinsecamente de saúde e lazer. Mas há outras coisas, porque através dos tempos ganharam outras funções e outros desempenhos estratégicos.
Na sua essência, o sistema formado pelos recursos naturais e valores patrimoniais constitui um traço estruturante da paisagem e da ambiência das cidades termais. Desde logo, a salvaguarda nas melhores condições do perímetro de protecção termal relativamente às captações de água subterrânea. A determinação, delimitação e fixação dos perímetros de protecção a montante da captação dependem das características hidrogeológicas e constituem actos de natureza complexa. Exige-se que nesses perímetros sejam tomadas as mais exigentes medidas de prevenção e protecção, eliminando ou evitando possíveis focos de poluição. Caso contrário, é posto em causa o futuro da actividade termal, dado que a poluição de um aquífero é, por vezes, irreversível ou de regeneração difícil.
Uma cidade termal é um ecossistema, cujo modelo de desenvolvimento se suporta num recurso essencial – a Água –, que é simultaneamente produto primário, competitividade e marca identitária, traço indelével tanto ou mais do que noutro território, noutra paisagem, integrando, além do mais, recursos abióticos, bióticos e culturais. Trata-se, pois, de um sistema urbano. Não mais um núcleo à parte dentro da cidade. E é como tal que deve ser planeado e vivenciado.
O valor universal da água, no que diz respeito à sobrevivência da Humanidade e à importância que tem por exemplo para as questões energéticas e da regeneração do corpo, obriga a que cada um de nós deva tomar esse recurso como finito e o preserve em todas as formas de utilização. As cidades que o têm como recurso económico e identitário devem saber potenciá-lo como desenvolvimento, contribuindo assim para o desígnio universal. Este é um espaço de estas e de outras águas. De todas as águas.
2010-12-05
Caldas da Rainha, de cidade com termas a cidade termal?
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Gostei do tema.
ResponderEliminarUma cidade termal tem um ambiente de frescura, sombras verdejantes, fontes a brotarem agua. Em toda esta cidade só se verifica isto no parque. Quem não visita o parque nem dá conta de estar numa área termal. Por isso eu sou de opinião que Caldas é uma cidade com termas mas não é uma cidade termal.
Artur José de Lima Moura
962049745
A Autarquia podia tornar Caldas mais termal se no centro da cidade criasse espaços mais verdejantes, vasos floridos e tratados e alguns repuxos de água e toda a parte norte da cidade até Tornada com arvoredo.
ResponderEliminarA autarquia tem colocado algumas árvores de crescimento muito lento, não tratadas devidamente, dando um aspeto de uma cidade pouco arborizada.
Artur Moura
962049745